governamental na nova crise do café — e dessa forma o governo se viu envolvido no Convênio de Taubaté (vide capítulo II). A política monetária passou a ser influenciada diretamente pelos produtores de café.

Uma pessoa de fora dificilmente poderia compreender porque o produtor de café estava interessado nessa ocasião na estabilização do mil-réis. Teoricamente, como elaborador de um produto de exportação, ele deveria preferir uma inflação monetária, permitindo-lhe pagar na realidade salários baixos e fazer todas as suas despesas com papel-moeda depreciado, obtendo ao mesmo tempo ouro na exportação do seu produto. Mas a tendência do câmbio em 1902-1906 era de melhora; e a dos preços de café no mercado mundial de baixa. O esforço para a estabilização do câmbio era uma tentativa de defesa contra o aumento dos salários e o custo de produção.(260)Nota do Autor A ênfase que foi dada à necessidade de uma estabilização mais baixa pelo Convênio de Taubaté confirma a minha explicação.

O Convênio de Taubaté de 1906 iniciou-se como um empreendimento local dos Estados mais interessados. O governo federal, porém, não estava suficientemente forte para deixar de atender aos desejos de São Paulo.

A lei de 6 de Dezembro de 1906 organizou a Caixa de Conversão, autorizando o novo instituto a emitir notas lastreadas completamente por ouro e conversíveis