Evolução econômica do Brasil

Em um século de existência independente, o Brasil oscilou diversas vezes no período de transição entre o papel-moeda inconversível e o padrão-ouro. A maior possibilidade de sucesso se patenteara na atividade preparatória de Murtinho. Mas ela nunca chegou a uma realização final.

O Brasil teve as suas batalhas da imprensa e do parlamento entre os papelistas e os metalistas, entre os propagandistas da pluralidade dos bancos de emissão e os adeptos do sistema de um só banco, e teve as suas lutas pela taxa média de estabilização.(268)Nota do Autor

Um adepto da interpretação marxista também constataria no Brasil os interesses de classes predominando sobre o problema da moeda: os produtores de artigos de exportação inclinam-se à inflação de papel no país, ao passo que os importadores advogam a necessidade de uma moeda estável. O capitalista estrangeiro alia-se aos propagandistas da moeda estável e o credor estrangeiro usa a sua influência no mesmo sentido.

O fazendeiro, o representante político do Império, pertencia ao primeiro grupo; ele dependia dos preços de exportação; recebia em ouro no estrangeiro e gastava o dinheiro local dentro do país. O segundo grupo, a classe comercial, e as partes mais industrializadas do país, dependentes da importação de máquinas, de matérias-primas e artigos de consumo, entraram no terreno político com a República. Seus interesses eram idênticos aos dos que tinham capital estrangeiro aplicado