Evolução econômica do Brasil

em larga escala, o que poderia dar uma explicação de um empenho mais ativo e enérgico pela estabilidade da moeda.

Se procurássemos as causas da permanente depreciação do papel-moeda inconversível no Brasil, poderíamos oferecer todas as explicações geralmente dadas pelos poucos investigadores existentes nesse terreno. Como no caso da Argentina, os escritores do país lançam a culpa na super-emissão. Um dos presidentes brasileiros, Epitacio Pessoa, declarou que "a queda do câmbio tem como a sua principal causa o desequilíbrio de nossa balança comercial."(269)Nota do Autor

Um exame superficial do desenvolvimento da balança comercial brasileira mostra o engano do Presidente. Ele próprio oferece um ensejo para a compreensão desse lapso: "Não é necessário ser um especialista em finanças, é suficiente possuir uma compreensão geral que constitui a cultura comum do homem público". Investigadores estrangeiros apontam a balança de pagamentos como sendo a causa da deflação e todos eles realçam o momento psicológico.

Com o mesmo direito, é possível concordar-se com um estudioso francês das moedas sul-americanas que acusa "la reunion de toutes ces causes" (270).Nota do Autor

Uma explicação não pode ser dada semper et ubique. O principal conflito é naturalmente mais profundo; o permanente desastre da moeda no Brasil era e é um reflexo da discrepância entre a economia e a finança; ele é, ao mesmo tempo, um reflexo da deslocação de fronteira.