Evolução econômica do Brasil

O tipo da economia brasileira com o desigual desenvolvimento (ou, talvez, mais corretamente para algumas regiões, com o seu subdesenvolvimento) do país, com as suas perpétuas mudanças súbitas dos principais produtos, é pronunciadamente desfavorável a uma moeda estável.

Mas a natureza da economia brasileira determina a estrutura financeira deficitária; e isso atua sobre a moeda diretamente na aplicação do papel-moeda ao equilíbrio do orçamento e, indiretamente, pelo apelo aos empréstimos, aumentando as despesas anuais e os déficits.

A emissão do papel-moeda governamental tornou-se uma parte ordinária da receita. O governo no Rio e a opinião pública, representada pelo Congresso, nunca se cansaram de bradar pela necessidade de reformas. Eles repetiam muitas vezes expressão de Michel Chevalier de que "tont papier monnaie par lui-même est mensonge".

Não obstante as mudanças caleidoscópicas nas formas, na legislação, nas cotações de câmbio, sempre prevaleciam as mesmas condições: dissociação da moeda e da economia. Tornava-se impossível pensar seriamente no sucesso de um sistema bancário central e na emissão de dinheiro-papel em um país sem meios de comunicação, tradições de crédito, sistema de cheques, centralização dos fundos do governo, com finanças desorganizadas, separado por diversos mercados, cada um com suas estações e peculiaridades, onde a maior parte da imensa área era e ainda é sertão.

Dessa forma, no primeiro episódio do sistema bancário brasileiro, encontramos as principais causas do seu perpétuo fracasso — a discrepância entre a economia