"De um momento para outro o sistema de plantação, sobre o qual o progresso econômico da colônia tinha até então repousado, foi ameaçado de ruína. E isso se verificava especialmente com relação às crescentes áreas de plantação de cana da Bahia e Pernambuco. Muitos fazendeiros ricos, juntamente com seus escravos, abandonaram suas casas e rumaram para Minas. Os proprietários de plantações, que resistiram à atração das minas de ouro, e permaneceram em sua terra natal, não puderam mais obter trabalho. Os especuladores elevaram o custo dos negros a preços fantásticos, despachavam-nos para Minas em quantidades tais que o Governo proibiu, sob pena de confiscação, a transferência de negros das plantações para as minas. Novas fontes de suprimento de trabalho foram cortadas, porque os donos de escravos, em virtude dos altos preços obtidos pelos mesmos, os despachavam todos para o Rio como o ponto mais próximo das lavagens do ouro. Em grande parte, como resultado dessa violenta deslocação econômica, dentro de poucos anos o Brasil perdeu o seu inconteste monopólio de fornecer açúcar à Europa Ocidental, e ficou condenado a nunca mais recuperá-lo. Com uma rápida compreensão das suas novas oportunidades, os franceses e os ingleses, nas Índias Ocidentais, começaram a invadir os mais lucrativos mercados do Brasil.(26)Nota do Autor
O Bispo Dom José Joaquim da Cunha de Azevedo, o último Inquiridor-Geral de Portugal, o famoso autor de