Memória sobre o preço do açúcar(27)Nota do Autor
registra a queixa de "justamente quando os nossos engenhos de açúcar atingiram a um grau de notável aperfeiçoamento, depois de 97 anos de progresso, tornando-se superior aos de outros países, e quando estávamos quase senhores exclusivos desse ramo de comércio, infelizmente para nós as minas de ouro foram descobertas, o que nos levou a abandonar a única verdadeira riqueza agrícola, em troca de riquezas meramente representativas".
O rápido aumento da riqueza dessas minas, que elevou a um nível tão alto as indústrias dos estrangeiros, atraiu todos aqueles que trabalhavam em nossos engenhos de açúcar; esse cego abandono não tardou em ocasionar a sua decadência.(28)Nota do Autor
O açúcar conservou-se ainda como produto importante; porém, já não era o principal no tempo de Antonil (1650-1716), como ele tinha sido no período do autor dos Diálogos. Antonil dedicou o seu trabalho "aos senhores dos engenhos e lavradores do açúcar e do tabaco, e aos que se ocupam em tirar ouro das minas do Estado do Brasil".
A política de economia continental de Napoleão que incentivou o cultivo da beterraba, desferiu um rude golpe no comércio do açúcar. Na mesma época, entretanto, a destruição das safras no Haiti, devido à revolta dos escravos e à crescente importância dos Estados Unidos como um novo mercado, trouxeram uma decidida melhoria para o preço do açúcar. Essas circunstâncias