As numerosas filhas do casal, pouco letradas caipirinhas de Santo Amaro, no tempo em que São Paulo era ainda uma rançosa província, deixaram fama de lindeza e inteligência, tendo algumas delas "casado com doutor", o que representava uma aspiração feminina do tempo. As moças do sobrado podem ser assim lembradas:
Maria do Carmo, casada, ali por 1830, com o "cadete de Mato Grosso" João Guedes Homem Portilho, filho do tenente-coronel Portilho, nascido em Lisboa. No assentamento João Guedes figura como "ajudante", e chegou a ser mais tarde comandante do Corpo de Permanentes; Maria Antonia, casada com José Antonio Leme da Guerra, natural desta Capital; Maria Joaquina, esposa de José Ferraz de Campos, que acompanhou o marido para Campinas; Antonia Mariana Branca, casada em 1817, com João Franco Ribeiro. Essa senhora, apesar de pouco enfronhada nos mistérios da leitura e da escrita como era regra no seu tempo, fazia versos e versos humorísticos, alguns dos quais andaram repetidos pelos salões de Santo Amaro, entre fungadelas de rapé e sorrisos perdidos em ramalhudos lenços de Alcobaça.
Mas no sobrado ainda viveram outras Marias:
Maria das Dores, a discreta Nhandores, casada com o dr. Firmino José Maria Xavier, que foi residir em Santos; Anna Luiza, nhá Anninha, casada, em 1829, com o capitão Francisco de Assis Pinheiro e Prado. Esse velho paulista, esmoler da Santa Casa de Misericórdia, era uma figura particularmente simpática. Sanguíneo, de barbas e cabelos alvíssimos, passava horas inteiras jogando a bisca-de-nove com a esposa. Os tentos eram de olhos-de-cabra. Conta-se que uma vez, depois de perder trabalhosa partida, ficou de mau humor. A esposa, então, pintou-o com uma simples frase: