padres do Seminário, por seu pai, que o fez "com lágrimas nos olhos" (depoimento de Maria Serafina), e outras duas pelo próprio poeta, ou num acesso de insânia ou num momento de desânimo. Como da produção posterior a 1855 restam apenas 13 poesias, as coleções destruídas pelo pai do poeta seriam as de poesias de 1856 a 59 (Eiró entrou para o Seminário em fins de 59), e as destruídas por ele, as de poesias de 1860 em diante. Mesmo da produção de 1854 ou anterior muita coisa se deve ter perdido: pelo caderno dos Cantos e Prantos vê-se que Eiró escrevia quase que diariamente ,e, às vezes, mais de uma poesia no mesmo dia. De duas coleções desse período, Cismares da solidão e a 1ª série do Meu álbum, nada resta. Quanto à produção posterior, encontra-se uma informação preciosa na novela "Carolina", publicada no Correio Paulistano, em junho e julho de 1861. No primeiro capítulo (Correio, de 28 de junho de 1861), pergunta o poeta, dirigindo-se a uma "querida e amável leitora": "Quereis conversar comigo, leitora?". E dá a razão por que prefere conversar a escrever poesias: "Estou endefluxado... sinto os dedos gelados, e, portanto, não posso escrever versos." Por aí se vê que, em meados de 1861, Eiró só não fazia versos, quando os dedos, gelados, não o permitiam (não esquecer que o poeta escrevia a novela em fins de junho — pleno inverno). Entretanto, justamente do ano de 1861 não resta uma só poesia.
Das poesias datadas ou cuja data se pode determinar aproximadamente, num total de 187, são: de 1852, uma; de 53, 28; de 53-54, nove; de 54, 57; de 54-55, 41; de 55, 38; de 56, três; de 57, 0; de 58, uma; de 59, três; de 59 ou posteriores, duas; de 60, uma; de 60 ou posterior, uma; de 61, 0; de 62, duas. Como se vê, das 190 poesias salvas só não foi possível determinar a data de três ("Madressilvas", "Penas de cisne" e "Vox in excelso"), publicadas sem a data em que foram escritas, e que não figuram em nenhuma das coleções existentes.
Sabe-se, na família, que pessoas, cujos nomes se perderam, pediram versos de Paulo Eiró, a pretexto de publicá-los, e os publicaram, na imprensa, como seus.
Não se tem notícia do paradeiro das poesias escritas no hospício.
Resumindo, das oito coleções referidas, cujos originais estão quase todos perdidos, restam apenas duas cópias, provavelmente completas, das Primícias e da Lira e Mocidade, e incompletas das Teteias. Das outras coleções restam unicamente algumas poesias, além de poucas avulsas. De autógrafos, só restam o caderno, quase completo, do Meu álbum (Cantos e Prantos), e algumas páginas