Cor e mobilidade social em Florianópolis

tempo de permanência na comunidade e recursos materiais escassos. Tendo em vista estas condições é que planejamos a pesquisa. Não poderíamos dominar de forma completa, em duas semanas de permanência no campo, a situação de contato no presente. E com relação ao passado, não dispusemos de tempo suficiente para levantar nas bibliotecas e arquivos locais material suficientemente amplo, variado e consistente. Resolvemos, por isso, agir conforme o seguinte plano.

Na primeira semana fizemos uma sondagem intensiva da situação de contato entre negros, mulatos e brancos, por meio da observação direta e entrevistas, principalmente. Feito esse levantamento inicial, realizamos uma análise preliminar dos dados assim obtidos, para definir empiricamente o fenômeno nos quadros da comunidade investigada, o que nos daria, ao mesmo tempo, a maneira pela qual deveríamos orientar as nossas pesquisas. Depois dessa análise, constatamos que a situação de contato na comunidade deveria ser investigada através de duas vias principais:

a) partindo-se do conhecimento do status do informante;

b) através do conhecimento da dinâmica das relações sociais nos círculos de convivência social fundamentais da comunidade: esportes, escola, vizinhança, baile, família e trabalho.

Estas duas vias de investigação, que permitem uma análise estrutural das relações entre negros e brancos, sugeriram-nos os itens principais, a serem focalizados por qualquer das técnicas que empregássemos.

Para o conhecimento da situação de contato inter-racial no presente, colhemos dados através de: entrevistas, relatos e depoimentos, histórias de clubes, associações e instituições, descrições de bailes, observações

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