de Ivan Lins, sobre a História do Positivismo no Brasil.
Finalmente, não podemos esquecer, sempre tendo em vista o mesmo assunto do fim da Monarquia e implantação da República, os livros de caráter geral, como as História do Brasil de Rocha Pombo e Pedro Calmon, ou a História da República, de José Maria Belo.
Nos anos de trabalho que durou a composição da biografia de meu pai, em estudos da minha cadeira de Direito Constitucional ou da minha já longa vida parlamentar, ou, ainda, por simples curiosidade e prazer do espírito, tenho lido e relido as obras citadas, assim como muitas outras, sobre a República brasileira. É, pois, com alguma experiência, que ouso dizer que o livro de Heitor Lyra, que o leitor tem entre as mãos, é a maior contribuição até hoje oferecida às letras nacionais sobre o assunto delimitado pelo seu título. Parece-me ser a obra definitiva do historiador de Pedro II; definitiva quanto a ele próprio, que publica um livro que, desde o primeiro dia, será um clássico da nossa historiografia, e quanto à matéria tratada, a qual só muito dificilmente poderá ser apresentada em um conjunto mais completo e mais exato.
Claro está que análises críticas atentas poderão completar, aqui ou ali, algum pormenor; retificar, nesta ou naquela passagem, algum engano. Mas a maciça construção resistirá seguramente às análises e ao tempo. Insere-se em caráter permanente, desde já, no nosso patrimônio cultural.
A razão principal do seguro sucesso deste livro é que ele não aparece como obra de circunstância, ou trabalho improvisado. Sendo, sem dúvida, uma monografia, as pesquisas a que deu lugar e a técnica mesma da sua composição são, antes, as de um verdadeiro tratado.