Nos meados do século XVII, porém, "na dilatadíssima Província do Brasil crescia avultadamente o povo e o continente vasto do Rio de Janeiro era já conspícuo pelo excesso de seus habitantes e opulência de comércio que sustentava..."
Reconhecida a necessidade de possuir cada uma daquelas capitanias magistrado próprio, ganhou o Rio de Janeiro o seu primeiro ouvidor privativo, Miguel de Sequeira Castelo Branco, nomeado em 1689. Joaquim José de Queirós foi o 32º, empossado em 15 de abril de 1818, como tudo se vê da relação anexada por monsenhor Pizarro às suas Memórias históricas.
Em virtude do cargo, Queirós deve ter morado na rua que se tornaria a mais célebre do Rio e do Brasil.
Tinham os ouvidores, além dos vencimentos, direito a aposentadoria. O sentido moderno da palavra, hoje tão empregada, talvez justifique o lembrete de que, na época, aposentadoria significava, essencialmente, o fornecimento de aposentos, de morada. Vieira Fazenda, referindo-se à aposentadoria dos ouvidores, especificou os benefícios que abrangia: - casa, cama, escrivaninha e mobília.
A esse título recebiam quarenta mil-réis anuais, pagos a princípio pela Fazenda Real e depois pela Câmara.
Em 1745 decidiu-se substituir, pela própria casa, a importância que para ela recebiam os ouvidores. E então, escreve Pizarro, "se lhes deram as casas que foram de José de Andrade, sitas na Rua do Ouvidor, e se achavam apropriadas à Fazenda Real, sem se quitar a Câmara daquela importância, que se foi recolhendo ao cofre da mesma Fazenda".
Era Rua do Ouvidor quando Pizarro contou o fato, já no fim do primeiro quartel do século XIX, mas não o era quando o fato se deu, em 1745.
Até esse ano tivera vários nomes, sem que haja muita certeza quanto a todos os que teve, e à ordem em que os teve. Nomes que provavelmente variavam ao sabor de preferências individuais e que às vezes designavam apenas certos trechos da rua.
Foi, de início, humilde Desvio do Mar. Depois Rua do Aleixo Manuel. Mais tarde, talvez, Rua do Gadelha, a seguir Rua do Barbalho. Vieira Fazenda desfia outros nomes: Rua de Gregório Mendes, da Quitanda, de Pedro da Costa, do Padre Pedro Homem da Costa, de D. Vitória, da Sé Nova, de Brás Luís... Pela proximidade da Igreja da Cruz dos Militares, foi Rua da