em certos grupos? Não era oferecer ensejo a manifestações intempestivas?"(6) Nota do Autor
Da coragem pessoal de Queirós não é lícito duvidar. As aventuras em que depois se envolveu, espontaneamente, comprovam-na de sobra. Luís Edmundo imaginou-o, por certo, em função do cargo, como um tímido juiz, "de voz fraca e esfandangada", afeito apenas a processos e alfarrábios, facilmente assustável. Só lhe ficou essa impressão, porém, porque - e o mesmo ocorreu com os demais comentadores - não identificou, no ouvidor de 1821, o homem de ação, atrevido e resoluto, que viria a desafiar, em rebelião franca, o absolutismo de D. Miguel.
Quanto à alternativa de Otávio Tarquínio, impõe considerações maiores. Joaquim José de Queirós não era, realmente, o tipo de magistrado sereno, fechado no seu mundo jurídico. Nele a paixão política - como o futuro demonstraria - se sobrepunha à da lei. É portanto de supor houvesse tomado partido nas divergências que então lavravam no Rio de Janeiro. É também de admitir fossem as suas tendências, até certo ponto, no mesmo sentido das que dominaram a reunião dos eleitores. Convinha, de fato, a um liberal português, que desde logo se acostumasse D. Pedro, que ia reger o Brasil, a ter os atos pautados por princípios constitucionais. Nesse ponto não faltava, mesmo no partido brasileiro (no qual se integravam portugueses aqui residentes) quem, pelo temor à impulsividade e inexperiência do príncipe, pensasse do mesmo modo. Na maçonaria, o que separava brasileiros de portugueses era o que dissesse respeito à posição do Brasil no Reino. Mas na imposição de regras liberais a D. Pedro, em afirmar a soberania de princípios constitucionais, só podia haver acordo. Ora, Queirós era maçom, como se evidenciaria mais tarde, em Portugal, pelas lojas que frequentou e por papéis que foram apreendidos quando do sequestro de seus bens.
Viana Moog disse ter sido ele "grande admirador de D. Pedro e de José Bonifácio". Dadas as inclinações políticas mais tarde evidenciadas, é possível e até bem provável. Todavia, é apenas hipótese. Nem Viana Moog citou qualquer autor ou fato para abonar a afirmação, nem nos consta que alguém a tivesse feito antes. Também baseado em um dado real - o de que o casal