Eça e o Brasil

Nesse segundo juramento; também reduzido a termo e igualmente prestado por centenas de pessoas, não se encontra a assinatura de Queirós. A ausência, se ele ainda aqui estivesse, seria absolutamente estranhável, porque, havendo prestado o primeiro, não deixaria de prestar o segundo juramento; tanto mais que fora determinado prestassem este último "todas as autoridades civis, eclesiásticas e militares", fim para o qual permaneceu à disposição das mesmas e do público, durante vários dias, o livro em que fora lavrado o termo. A conclusão que parece se impor, face a essas circunstâncias, é que em junho de 1821 Queirós já não mais estava no Rio de Janeiro.

Regressando a Portugal, constrói casa em Verdemilho, perto do local em que nascera; desempenha o seu cargo na Relação do Porto; frequenta a maçonaria; e cada vez mais se apaixona pela luta política.

Em 10 de março de 1826, sob suspeita de envenenamento, morre D. João VI. D Pedro I é reconhecido, sob o título de D. Pedro IV, seu sucessor no trono português. Antes de renunciar em favor da filha - a princesinha brasileira D. Maria da Glória - outorga D. Pedro a Carta Constitucional que a regente, a infanta D. Isabel Maria, "jura de muito má vontade", enquanto cantam os liberais:

"Viva o rei que de tão longe,

Vendo a Pátria em aflição,

Faz, decreta, dá, envia

Divinal Constituição."

Convocam-se eleições. Em outubro desse ano estão as Cortes funcionando em Lisboa, no Terreiro do Paço, e delas faz parte, deputado por Aveiro, o desembargador Queirós, "muito notado por sua severidade".

Homem de poucas palavras, não frequenta a tribuna. Mas trabalha. Apresenta projetos e emendas. E membro de várias Comissões.

Portugal caminhava, porém, para a guerra civil.

Pelo fato de D. Pedro se haver tornado soberano de outro país, não poucos eram os que julgavam caber o trono a D. Miguel, que encarnava, com D. Carlota Joaquina, o princípio da monarquia

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