Eça e o Brasil

ou "patuleia", certo pelo maior cunho popular da facção, bem marcado em outra revolta, a da Maria da Fonte.

Cartista é o desembargador Queirós. Setembrista será o seu filho José Maria, como setembrista foi Pedro da Maia. Lembre- se, no palacete de Benfica, um papagaio que, muito "patuleia e educado por Pedro, rosnava injúrias aos Cabrais".

Nesse ambiente agitado, formara-se, também em direito, o Dr. José Maria de Almeida Teixeira de Queirós, e fora nomeadas delegado do procurador régio em Ponte do Lima. Moço, romântico, poeta, conhece D. Carolina Augusta Pereira de Eça. Entre ambos um romance se estabelece - e dele nasce Eça de Queirós.

É conhecida a carta que, uma semana antes do nascimento, o Dr. Teixeira de Queirós dirigiu a D. Carolina:

"Senhora:

Recebi carta de meu pai, que novamente me recomenda a criação de meu filho, e se me oferece para mandar criá-lo no Porto, em companhia de minha família, quando a Senhora nisso convenha. Espero pois a sua resposta para nessa inteligência escrever a meu pai.

Ele me recomenda, igualmente - e também o desejo - que no Assento de Batismo se declare ser meu filho, sem todavia se enunciar o nome da mãe. Isto é essencial para o destino futuro de meu filho, e para que, no caso de se verificar o meu casamento consigo - o que talvez haja de acontecer brevemente - não seja preciso em tempo algum justificação de filiação. Espero se ponha ao nosso filho o meu ou o seu nome, conforme deva de ser.

Adeus. Acredite sempre nas minhas sinceras tenções - e agora mais do que nunca.

Queirós."

Esta carta tem sido objeto de longas especulações, inclusive pela secura de seus termos, só atenuada nas últimas linhas. O aspecto que nela agora destacamos, porém, é o da intervenção: do velho desembargador. Nas dezoito linhas do original nada menos de três vezes o moço bacharel se refere ao pai, de quem não o havia separado a divergência política.

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