Também Eça de Queirós, em carta a Oliveira Martins, se dissera educado em região de Aveiro, na qual se localiza Verdemilho.
Outra indicação, no mesmo sentido, fornecida ainda por Eça de Queirós, foi a do escudeiro preto que lhe contava histórias de João de Calais e dos Doze Pares de França. Esse criado, escravo que viera do Brasil, morava com a família do desembargador Queirós, em Verdemilho. Só aí, portanto, Eça poderia ter com ele convivido.
Todas essas pistas confirmam o que simples bom senso já estaria indicando. Os pais de Eça de Queirós só se casaram e passaram a viver em comum em 1849. E evidente o embaraço que causaria, nesse lar recentemente constituído, de pessoas de posição, o aparecimento de um filho com quase quatro anos de idade.
Mais difícil será concluir - e em termos absolutamente positivos é mesmo impossível - quanto à data em que foi para Verdemilho.
Ana Joaquina morreu em maio de 1851. Sendo inadmissível que o menino tivesse permanecido em Vila do Conde após o desaparecimento da única pessoa que, ali, dele poderia cuidar, segue-se que foi para Verdemilho com cinco anos e meses, no máximo. Mas por que não teria ido antes e até bem antes?
Antônio d'Eça de Queirós - nesse ponto com maior reserva e confessando a falta de indicações precisas - acha que pelo menos desde os três ou quatro anos de idade o pai passou a viver em Verdemilho. Se assim foi, conheceu o desembargador Queirós, que faleceu em abril de 1850. A tradição é que isso tenha acontecido, e também João Gaspar Simões a aceitou, em 1945, na obra mais extensa e documentada que se publicou sobre o escritor: Eça de Queirós: o homem e o artista. Nesse livro, repetidamente admitiu que Eça conhecera o avô, que com ele convivera "dois anos escassos", e, até - o que é certamente mais discutível - que ao menino "não tivessem sido indiferentes os exemplos de dedicação sincera a uma causa - a causa da liberdade - que Eça de Queirós não pode ter deixado de conhecer nos anos que viveu com o avô".
Em obra posterior, porém, que é, na realidade, um resumo daquela, escreveu Gaspar Simões: "Entretanto no Hospital de