políticos e sociais; e a Real Feitoria do Linho-Cânhamo, uma instituição que teve uma vida de pelo menos 40 anos. É preciso saber o que ela representou, nesse esforço de integração, os resultados positivos e negativos dessa iniciativa estatal. Um outro aspecto que está a merecer estudos mais profundos é o trabalho de integração dos índios no mundo dos brancos, ou seja, o processo de europeização do continente do Rio Grande. Neste aspecto, a iniciativa governamental se fez sentir de maneira mais acentuada na organização da aldeia de Nossa Senhora dos Anjos, das famílias guarani.
No que diz respeito à Real Feitoria do Linho-Cânhamo e à aldeia de Nossa Senhora dos Anjos, já iniciamos pesquisas com o objetivo de escrever e publicar posteriormente um outro trabalho, que não caberia no espaço deste que ora trazemos a público. Poderia perfeitamente caber dentro do título escolhido, mas o tornaria por demais extenso.
Esperamos, todavia, que este trabalho possa despertar o interesse de outros pesquisadores para a realização de estudos monográficos sobre o setecentismo brasileiro. Estudos que possam contribuir, de algum modo, para a compreensão do processo de integração dos mais variados segmentos na economia atlântica. Que contribuam, por outro lado, para uma explicação da conjuntura regional (Rio Grande), nacional e internacional e ainda como se inter-relacionaram ou interpenetraram os diversos acontecimentos que marcaram as crises de acomodação, de definição do século XVIII. Consideramo-lo um dos períodos mais ricos da história do Brasil. É o período de definição do Rio Grande como parte do mundo luso-tropical, bem como da conquista da Amazônia. É também o período em que o sistema colonial português apresenta os primeiros sinais de crise, de desagregação.
As pesquisas de que resultou o presente trabalho foram realizadas no Arquivo Nacional, Biblioteca Nacional, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Arquivo do Estado do Rio de Janeiro, Arquivo e Biblioteca Pública do Rio Grande do Sul. No estrangeiro, dados foram coletados no Arquivo Histórico Ultramarino e Biblioteca Nacional de Lisboa e ainda no Archivo General de Indias de Sevilla.