de outras partes da América Portuguesa, como Laguna, São Paulo, Minas e Rio de Janeiro e ainda os dos Açores.(2) Nota do Autor O açoriano merecerá atenção mais demorada, logo adiante.
No último quartel do século, quando os bandeirantes paulistas já haviam ultrapassado o meridiano de Tordesilhas na direção sul, a Coroa portuguesa manifesta clara intenção de fazer do Rio da Prata uma fronteira natural de seus domínios. E assim que em 1676 D. Pedro faz outorga de capitanias nas terras do sul até a boca do Rio da Prata. Com este fato começa a política expansionista naquela direção, cuja concretização se faz em 1680, quando D. Manuel Lobo funda a Colônia do Santíssimo Sacramento em frente a Buenos Aires, num verdadeiro desafio aos espanhóis. Visando lançar as bases da conquista daquele território, na mesma data em que concedia sesmarias, o governo português conseguia do papa uma bula que criava o bispado do Rio de Janeiro e estabelecia como seu limite meridional o estuário do Prata. Ao mesmo tempo, a Câmara do Rio de Janeiro pedia ao príncipe que fixasse no Prata a fronteira e fortificasse a sua margem esquerda. (3) Nota do Autor Ainda naquele ano, Domingos de Brito Peixoto parte para o sul com o objetivo de fundar Laguna, primeira sentinela avançada, antes da Colônia do Sacramento. Assim escreve o pioneiro paulista: "Me animei a fazer a conquista da Laguna, terras muito férteis e abundantes de pescado e carnes e para a mais lavoura, com a vizinhança de Buenos Aires, donde me parece haverá maiores haveres; pelo que resolvi fazer duas embarcações, uma que perdi haverá já quatro anos, outra em que de presente vou à minha custa com meus filhos, parentes e amigos, com desígnio de mandar fazer diligência por prata,..."(4) Nota do Autor
Para tão arriscada empresa levou da vila de Santos sua embarcação carregada de ferramentas, gente e muitos escravos. Entre as pessoas que o acompanhavam estavam seus dois filhos Sebastião de Brito Guerra e Francisco de Brito Peixoto. Depois de fundar a vila, nas muitas escaramuças que tivera com os índios, morreu juntamente com o filho Sebastião de Brito Guerra. Mas a obra desbravadora é continuada pelo outro filho que descobriu e fez o reconhecimento de extensas campanhas. Os paulistas plantaram no primeiro ano e a colheita foi abundante, mostrando a grande fertilidade da terra. Em consequência mandou Francisco Brito Peixoto a diversas vilas de São Paulo convidar gente que viesse engrossar a povoação, bem como trazer de várias partes gado, cavalos, ovelhas e cabras. Referindo-se talvez aos animais, cuja criação tinha sido iniciada pelos jesuítas em território do atual Rio Grande do Sul, dizia: "... e já de muitos anos vem daquele sítio todo o gado vacum que se gasta com a maior parte destas vilas do sul, e fora delas vão para a cidade do Rio de Janeiro continuamente muitas embarcações de carnes salgadas... e inumeráveis couros de bois..."(5). Nota do Autor No início do século XVIII, Santo Antônio da Laguna era