Economia e sociedade do Rio Grande do Sul: século XVIII

"a courama da campanha; os dízimos dos lavradores e criadores; o peixe e carnes que virão para todos os postos do Brasil; as passagens de cinco rios que há até a ilha de Santa Catarina; o gado e cavalgaduras que poderão entrar para toda a capitania de São Paulo, abrindo-se o caminho para os campos de Caraituva, pela picada que se acha feita para os ditos campos com o que se utilizarão todas as minas com tanta abundância que havendo gente para este exercício se poderão mui bem tirar milhões e milhões de gado para estas capitanias"(15). Nota do Autor

Para socorrer a Colônia do Sacramento, principalmente por terra, a Corte de Lisboa ordenou ao governador do Rio de Janeiro a fundação de um presídio militar, o que se deu no porto de São Pedro. Para tal empreendimento Gomes Freire de Andrade deu instruções ao brigadeiro José da Silva Paes em 18 de junho de 1736. Com isto tinha em vista fazer a posse oficial do território rio-grandense com os seguintes objetivos: "a) defesa da Colônia do Sacramento; b) expulsão dos castelhanos das ilhas de São Gabriel; c) ocupação e fortificação de Montevidéu; d) exame da posição de Maldonado para servir de escoadouro dos navios que se destinassem à Colônia; e) ocupação e fortificação do porto do Rio Grande de São Pedro"(16). Nota do Autor

A região não estava inteiramente desocupada. Os entreveros com os espanhóis de Buenos Aires já haviam provocado o retrocesso de alguns povoadores da Colônia. Além disso, duas expedições, por ordem do Rio de Janeiro, haviam partido de Laguna entre 1715 e 1720, sob a direção do Capitão-mor Francisco de Brito Peixoto, para examinar as campanhas até a Colônia.(17) Nota do Autor João de Magalhães, em 1725, com 30 homens, partiu para povoar o Rio Grande pelo norte, estabelecendo-se junto ao Tramandaí com criação de gado. Eram os pioneiros e, entre eles, contam-se Cosme da Silveira que se estabeleceu nos campos de Viamão, Antônio de Sousa, Fernando de tal e João Garcia Dutra nos campos do Capivari. Em 1731, "Cristovão Pereira de Abreu pôs 800 cabeças de cavalos nos campos recém-descobertos e voltando com 300 cavalgaduras e 500 vacas, suas e das 130 pessoas que o seguiam, em treze meses alcançou Curitiba, deixando muito transitável a picada"(18). Nota do Autor Quando chegou ao Rio Grande em fevereiro de 1737, Silva Paes aí já encontrou Cristovão Pereira de Abreu, com quem se entendeu a respeito da ocupação, além de muitos outros estancieiros. O povoamento seria feito por moradores do Rio de Janeiro, onde já em 1735 havia muitas pessoas interessadas em seguir para aquela região. A expedição de Silva Paes constava de 254 homens das tropas auxiliares do Rio de Janeiro, da Bahia e Minas Gerais que, em dez embarcações, foram conduzidos juntamente com os apetrechos de guerra, ferramentas e todo o instrumental indispensável para a construção da fortaleza e início do povoamento. Depois dos soldados, do Rio de Janeiro também vieram recrutas, casais e mulheres desimpedidas(19). Nota do Autor

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