A escravidão africana no Brasil; das origens à extinção

fixada: o dia 5 de março de 1879. Discutia-se, na Câmara, o orçamento do Império. Pediu a palavra o Dr. Jeronymo Sodré Pereira, lente de Medicina na Bahia, por onde viera eleito. Fez profissão de fé abolicionista, dando o primeiro brado em favor da emancipação sem condições e sem delongas. Impressionou o gesto naquela época de forte reação escravocrática, captando a atenção da imprensa, notadamente a da Gazeta de Notícias, dirigida por Ferreira de Araujo, que foi, até o final da campanha, aliada do Abolicionismo.

No ano seguinte, irrompeu, no Parlamento, a voz, muito mais empolgante, de Joaquim Nabuco. Nele tudo concorria para a integração de um grande orador político: figura elevada, porte esbelto, fisionomia insinuativa, delicadeza de expressões, educação literária, hábitos de boa sociedade, elocução vibrante. E, além disso, vinha precedido de fama de viajado, que, entre nós, sempre acarreta certa vantagem.

Eleito dificilmente por Pernambuco, trazia a enorme responsabilidade do nome paterno, unida à predestinação de serviços à causa dos escravos.