A escravidão africana no Brasil; das origens à extinção

e pois, vindo para a América, apenas mudavam de senhores...

Quanto à atitude semelhante de contemporâneos, é digna de relevo a de Christovam Colombo. Em cartas escritas de Lisboa, datadas de 1493, propos ele a introdução, na Espanha, de indígenas americanos, escravizados, e nos dous anos seguintes foram feitas remessas de muitos deles, destinados a serem vendidos em Sevilha, com que se alarmaram os escrúpulos piedosos da Rainha Isabel.

Em 1498 renovou Colombo a proposta.

Não menos significativo é um trecho do testamento de Fernando Cortez, que Alexandre de Humbolt aproveitou no seu Essai politique sur le royaume de la Nouvelle-Espagne (T. 11, pág. 44):

— "Sendo duvidoso se, em boa consciência, um cristão pode se servir, como escravos, dos indígenas feitos prisioneiros de guerra e como até o presente este ponto não ficou líquido, ordeno a meu filho Martinho e aos meus descendentes, que depois dele venham a possuir meu majorado e meus feudos, tomem todas as possíveis informações