sobre o direito que possam legitimamente exercer em relação a tais prisioneiros."
Além da suposição errônia do estado de escravidão anterior dos africanos, outros muitos prejuízos tinha criado, na Europa, a falsa consciência em que assentava a legitimidade ou licidez aparente do tráfico. Do lado dos colonos — ávidos de trabalhadores que lhes valorizassem as terras — se deparava, mais uma vez, a verdade da ponderação de Santo Agostinho: "omne quodcumque volumus bonum es". Aí reside, segundo um moralista moderno, o princípio de todas as falsas consciências: "achamos bom o que queremos".
Há, por isto mesmo, alterações coletivas da consciência, comuns a todo um povo ou a toda uma época. São derivadas da raça, do meio, do tempo e não do individuo. (V. Questions de Morale Pratique, por Francisque Bouillier, Paris, 1889, páginas 1 a 31).