A escravidão africana no Brasil; das origens à extinção

Sucede, também, que o interesse econômico de um indivíduo ou de um grupo social (seja uma classe, seja um partido político, seja uma nação) se mascara frequentemente, com o sofisma humanitário e esse sofisma, à força de ser repetido de má fé, se transforma em argumento aceito, boa fé, pelo maior número, indo até ao ponto de viciar o juízo coletivo (6).Nota do Autor Nem escapam a essa obra de saturação e infiltração os espíritos mais eminentes.

Exemplifica este fenômeno no tocante à escravidão e ao tráfico — que lhe servia de alicerce — a opinião longamente deduzida, ainda no alvorescer do século XIX, pelo ilustrado Bispo de Elvas, antigo Bispo de Pernambuco, D. José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho, de quem possuímos dois preciosíssimos opúsculos. Um traz no frontispício: "Analyse sobre a Justiça do comércio do resgate de escravos da Costa