vontade decidida de atacar pela frente reformas escolares, destinadas a ajustar as instituições educacionais às novas condições de vida social e econômica do país. É fácil perceber, através de uns e outros, o frêmito de renovação que perpassa pelas novas elites mentais do magistério que, comungando na iniciação dos novos ideais e orientando-se na mesma direção, já se mobilizavam para a defesa desses ideais e para a luta contra velhos preconceitos e contra instituições escolares organizadas segundo modelos arcaicos.
Esse estado social pré-revolucionário em que se realizou o inquérito, bastaria para, explicar o tom sacudido de polêmica que por vezes tomam os artigos e as opiniões das autoridades consultadas na matéria. A instrução pública, em São Paulo, como de resto, no Brasil, podia ter sido, a certos respeitos, excelente para a época em que se instituiu e para a sociedade a que se propunha servir. Mas que ela perdera o admirável impulso inicial, dado nos começos da república, e já tendia a esterilizar-se na rotina, numa vã contemplação de glórias passadas, não há sombra de dúvida. É só ler os depoimentos, se não se quiser deter a atenção nos artigos, para se ter a convicção de que todos já sentiam a necessidade de se atacarem reformas profundas. A oposição a essas reformas, — já pela resistência passiva de indivíduos instalados na rotina, já pela reação obstinada de interessados em manter o statu quo, — era tamanha que à reforma promovida pelo Dr. Sampaio Dória, em 1920, sucedeu um decênio de estagnação no ensino público, e mesmo depois de 1930, as