A educação pública em São Paulo

reformas parciais de Lourenço Filho, em 1931 e a que se traduziu no Código de Educação, em 1933, viram sucederem-se duas crises reacionárias, que fizeram submergir quase integralmente as primeiras e estiveram a ponto de comprometer a segunda, de 1933, já definitivamente vitoriosa na maior parte de seus princípios fundamentais. Tanto o estado de inquietação reconstrutora, como a resistência dos elementos reacionários, não só bastam para explicar, mas justificam plenamente o fato de derivar às vezes ao tom de polêmica um inquérito que sempre esteve em nosso propósito conduzir, com a maior serenidade e objetividade de julgamento, não só na maneira de pôr os problemas e de estudá-los, como na seleção das pessoas a serem interrogadas.

Se é certo que, em um ou outro ponto, se aguçaram demais as invectivas que se desfecharam contra a instrução pública em São Paulo, as opiniões aí externadas são, pelo geral, tão refletidas e exatas que não podia deixar de aceitá-las a crítica desligada de velhos preconceitos. A unidade de espírito que presidiu ao inquérito, a variedade de opiniões que nele se debateram, abrangendo aspectos e problemas do ensino de todos os graus, a autoridade dos depoimentos e a riqueza de observações justas e fecundas, dão-lhe, como documento histórico e fonte de informações, um valor que o tempo e a experiência só podiam ter concorrido para realçar. Certamente algumas das ideias e aspirações, como a reforma do ensino normal, a criação da Faculdade de Educação e a Universidade de São Paulo, de que se tornou veículo esse debate público,

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