A educação pública em São Paulo

melhor caminho, solicitou sugestões para ter o estranho prazer de as lançar à cesta de papéis inúteis... Desse processo de verdadeira irresponsabilidade, com que se atacam em segredo questões de tal natureza, se tem o exemplo frisante no projeto apresentado em 1925 no governo de São Paulo a que o Congresso pela primeira vez delegara, contra um princípio constitucional, suas próprias funções legislativas. Até hoje, não foram oficialmente publicados os nomes dos seus autores, e somente pela análise da obra se poderá concluir quais os homens que nela colaboraram...

Nestas condições só por um milagre se poderia ter em São Paulo um aparelho de ensino harmônico e integral, posto pela legislação a serviço de claros intuitos sociais e educativos e com bastante plasticidade de adaptação às correntes renovadoras do pensamento moderno. Mas, se de um lado, como se vê, tem faltado a consciência da gravidade e complexidade do problema, abordado quase sempre de afogadilho, em tropelias burocráticas, sem colaboração de técnicos de responsabilidades definidas e sem debate público, por outro lado, ainda não se fez sentir entre nós, da parte dos dirigentes, aquilo que se pode chamar uma "política de educação", norteada não por homens, mas por princípios. Nada que denuncie um grande ideal orientador formado no sentimento profundo das realidades e necessidades nacionais e vivificado ao sopro das ideias científicas de educação. Por isso, com sucederem no poder, homens do mesmo partido, não se criou sequer o "espírito de continuidade", bastante

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