A educação pública em São Paulo

temperado na forja de ideais comuns, para desenvolver, com esforço pertinaz e ininterrupto, e no mesmo sentido, uma política de cultura, de bases sólidas, de espírito marcadamente nacional e de objetivos precisos.

Como não sabemos nem procuramos saber "para onde vamos", — o alvo que precisamos atingir e qual o caminho para chegar a finalidades determinadas, cada governo, em matéria de instrução, faz o que quer e o que pode. Não será de estranhar por isso que ainda não se tenha dilatado a linha do horizonte brumoso e estreito em que se confina a nossa instrução pública, improvisada e artificial, sem base no conhecimento científico do meio, sem largas perspectivas sociais e sem aberturas para as ideias amplamente renovadoras que sopram de todos os quadrantes. O aparelho do ensino tinha de forçosamente crescer, como cresceu, não por via de "evolução orgânica", mas por meio de enxertos, retoques e achegas, variáveis segundo a fantasia e os caprichos individuais e tendências as mais das vezes criadas não por convicções de uma elite orientadora, mas por circunstâncias políticas na composição precária dos governos.

Toda a organização do ensino que assim se impeliu aos arrancos, em vez de seguir um desenvolvimento lógico e dedutivo, no seu conjunto, deve pois trazer o caráter de obras fragmentárias, resultantes de remendos acessórios ou de alterações substanciais, mas parceladas e contraditórias. Com todo o progresso que temos feito nesta matéria, os erros acumulados, pela falta de um espírito de finalidade e de um sistema de ideias, devem ser

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