História do pensamento econômico no Brasil

mestres franceses recorreram às obras de Gustavo Cassel e Shumpeter para o exame do comportamento da polarização no sentido econômico.(26) Nota do Autor E uma questão complexa, abrangendo espaço, população, natureza de atividade, fazendo distinção entre várias regiões. Seu conceito compreende o polo de crescimento quando se trata de unidade motriz, exercendo efeito de aceleração em conjunto localizado num espaço economicamente abstrato, sendo o lugar onde os fenômenos de localização e associaçôes industriais se produzem de maneira privilegiada e acarretam o crescimento de toda a região polarizada. Isso se explica porque, segundo Perroux, o crescimento econômico não se faz de forma difusa por todo o espaço de um país, ou cobrindo as várias áreas de uma região, mas se manifesta em certos pontos, com intensidades variáveis, se expandindo por diversos canais com efeitos terminais variáveis sobre o conjunto da economia.(27) Nota do Autor Exemplos frisantes são Recife, com seu porto como polo de polarização de várias áreas do Estado e de outros Estados da região, ou São Paulo em relação a Estados vizinhos ou mesmo países próximos, como Paraguai e Bolívia. Os critérios de aplicação dos polos de crescimento das nossas regiões econômicas ajudam a descobrir não só as suas linhas de influência, como as tendências de um esforço conjugado e acelerador do desenvolvimento, afirma Sousa Barros. Pode-se ainda falar em escala continental, como o Ruhr, na Alemanha etc...

No Brasil houve diversas tentativas de aplicação da teoria dos polos de desenvolvimento à sua realidade. O precursor foi o já mencionado Lebret, ao tentar planificar o Grande Recife, aparelhando seu porto para elevá-lo à categoria internacional, devendo absorver vários municípios, como Paulista, Olinda, Jaboatão, Cabo e outros. Em 1957 Jacques Boudeville publicou um trabalho sobre Minas Gerais, mostrando o isolamento daquela Unidade Federativa, além de fazer numerosas considerações muito interessantes. Posteriormente, em 1964, o mesmo autor efetuou obra semelhante sobre o Rio Grande do Sul, dividindo o Estado em quatro regiões polarizadas. A partir daí, a teoria dos polos de desenvolvimento começou a ser utilizada por escritórios e órgãos de economia aplicada. Em 1966 a SUDENE levou a efeito, em Recife, o I Seminário sobre Polos de Desenvolvimento, considerado acontecimento

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