História do pensamento econômico no Brasil

No terreno econômico, seu teórico, Gustavo Barroso, atacava violentamente os banqueiros judeus, por nos explorarem, através dos empréstimos que nos faziam, em conivência com alguns paulistas (também judeus), quando se tratava da economia cafeeira.(3) Nota do Autor Tal estreiteza de visão na abordagem de problema tão amplo e sério levou-me à sua omissão neste trabalho.

O que parece, no entanto, ressaltar de forma límpida é que a corrente de pensamento econômico melhor adotada as nossas condições particulares emergiu inicialmente no primeiro pós-guerra, em decorrência do progresso industrial registrado na época, com a criação do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo e o aparecimento de Roberto Simonsen, preconizando a industrialização, como meio de erguer o baixo padrão de vida da população e superar o retardamento material em que nos encontrávamos. Até aí, nosso crescimento tinha sido "para fora", isto é, em função do processo de exportação de produtos primários que realizávamos, devido ao papel periférico por nós desempenhado na economia mundial. Propugnando Simonsen por novas atividades para aumento da riqueza geral, pregava na prática o desenvolvimento "para dentro", buscando com isso uma transformação estrutural.

Mais tarde, no segundo pós-guerra, a CEPAL amplia, aprofunda e estende as teses de Simonsen para toda a América Latina, rejeitando a obsoleta teoria da divisão internacional do trabalho, formulada nos países adiantados, mas sem aplicação em outras regiões e em condições históricas diferentes. Brotavam assim novas concepções de desenvolvimento, provocando reações diversas, conforme os interesses em jogo. Era um modo diferente de encarar questões antes não resolvidas, com instrumental teórico até aí aceito quase que como um dogma.

Dessa conjuntura teórica decorreu a controvérsia entre monetaristas e estruturalistas, também chamados entre nós de desenvolvimentistas, cujos lances principais resumi no penúltimo capítulo, utilizando para isso, principalmente, trabalho que, por nímia gentileza, me ofereceu o professor João Paulo de Almeida Magalhães, sintetizando suas divergências com o professor Eugênio Gudin, o mais destacado e combativo representante da doutrina ortodoxa.

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