são os homens de maior prestígio na comunidade.
Essa ênfase no culto dos santos e na organização de irmandades religiosas não constitui um característico exclusivo da religião do caboclo da Amazônia, dada a difusão dessas instituições em outras áreas brasileiras. Um característico regional é a forte influência ameríndia que se revela em crenças e práticas religiosas dessa origem.
Entre essas crenças locais registramos as que se referem aos currupiras, descritos à semelhança de caboclinhos que habitam a mata; aos anhangas, "visagens", na fala regional, que ora surgem sob a forma de um pássaro, ora como veados de olhos de fogo, ou como simples aparição sem aspecto definido; à cobra-grande, que aparece comumente como uma sucuriju de grande porte, mas que também pode mostrar-se sob a aparência de um "navio encantado"; à matintaperera, outra "visagem" que se identifica por um pássaro negro, seu xerimbabo; aos botos, que se acredita sejam encantados e possam se transformar em seres humanos - embora sua fama de sedutores de mulheres, são particularmente temidos por seu poder maligno; aos companheiros do fundo, "encantados" que habitam o fundo dos rios e igarapés; às mães de bicho, entidades protetoras da vida animal e vegetal. Além desses, cuja caracterização é bastante definida, existem muitos outros sobrenaturais a que o caboclo denomina genericamente de "bichos visagentos", em geral associados a um acidente natural, o rio, o igarapé, ou um trecho da mata.
Destacam-se ainda a crença na panema, força mágica que incapacita o indivíduo para a realização de suas empreitadas, cuja fonte se atribui a mulheres grávidas