ou menstruadas; a pajelança que reúne todo um complexo de práticas mágicas e baseia-se no poder de determinados indivíduos, os pajés, sobre as diferentes classes de sobrenaturais, que utilizam para a cura de doenças e para a feitiçaria; e o uso de rezas ou fórmulas mágicas para uma infinidade de propósitos.
Os bichos visagentos não recebem qualquer culto ou devoção. A atitude do caboclo é de evitá-los tanto quanto possível ou de recorrer a técnicas de imunização ou de neutralização de seus poderes malignos. Os santos, ao contrário, recebem culto e deles o caboclo se aproxima através de orações, de promessas e de atos festivos. Acredita-se que protejam a comunidade e o indivíduo.
A maioria das crenças não católicas do caboclo amazônico deriva do ancestral ameríndio. Foram, entretanto, modificadas e influenciadas no processo de amalgamação com outras de origem ibérica e mesmo africanas. A integração dessas crenças no corpo da moderna religião do caboclo não assumiu, porém, a forma de "sincretismo" que se observa nos cultos afro-brasileiros(4) Nota do Autor de algumas regiões do país. Comparada às manifestações religiosas dos povos sul-americanos em que predominou a influência espanhola, não se observa na religião do caboclo aquela íntima integração entre práticas católicas e indígenas tão acentuada pelos diversos observadores(5) Nota do Autor. No vale do Amazonas, o pajé é um bom católico, mas ele não mistura suas práticas com aquelas da Igreja. A "pajelança" e o culto dos santos são distintos e servem a situações diferentes. Os santos protegem a comunidade e asseguram o bem-estar geral. Seus favores e sua proteção obtêm-se