indígena foi absorvido pela sociedade colonial portuguesa, o índio foi "descido" como escravo ou como trabalhador nas expedições em busca de "drogas do sertão" ou para as vilas e missões. O contato permanente entre índios e portugueses deu margem a ampla mestiçagem, e os traços da cultura indígena fundiram-se no da portuguesa, na sociedade mameluca que emergia. Assim, as diferenças que se observam entre as comunidades amazônicas e entre estas e as de outras regiões do Brasil não derivam propriamente de diferenças culturais que pudessem ser atribuídas à segregação de sociedades que se distinguissem como "índias" ou "brancas". Resultam de variantes quanto à localização dessas comunidades em relação aos centros urbanos, ao tipo de exploração dos recursos de cada área, e da estrutura econômica que divide a sociedade regional em classes sociais. Embora a influência indígena sobre a população mista de europeus e índios, a cultura da sociedade que então se constituía foi desde o início orientada por padrões ibéricos, adaptados às circunstâncias do ambiente geográfico e condicionados em sua integração pelos fatores históricos que marcaram o desenvolvimento dessa extensa área.
As características do ambiente amazônico não eram favoráveis ao desenvolvimento de agricultura em larga escala, como a cultura da cana-de-açúcar no Nordeste. Porém, a abundância de produtos naturais, as chamadas "drogas do sertão", que gozavam de grande aceitação no comércio europeu, orientou a incipiente economia local para a coleta de produtos como o cacau, cravo, salsaparrilha e outros produtos semelhantes. Esse tipo de economia, como já foi apontado, influenciou consideravelmente a formação e constituição da população da Amazônia, o seu padrão de distribuição demográfica