Santos e viagens: um estudo da vida religiosa de Itá, Amazonas

economia regional. Trabalham ocasionalmente na coleta de borracha ou de castanha, mas as sociedades tribais ainda se mantêm intactas. Ainda assim, com o avanço de seringueiros e castanheiros, e em alguns casos se antecipando a estes, seguem missionários com o ideal de cristianização desses grupos.

Em contraste com essas áreas remotas, a introdução de novas ideias e de novas forças sociais e econômicas está bastante adiantada nos centros da vizinhança imediata de Belém, Manaus e outras cidades principais. Não se pode assim aplicar de maneira uniforme o mesmo critério de divisão em período que adotamos para todas as comunidades do vale amazônico. Tampouco poderemos concluir que para as áreas isoladas se repetirão as mesmas etapas de desenvolvimento observadas em nossa generalização. Novas condições, o impacto do industrialismo e de novas correntes sociais, modificarão o processo. De qualquer forma, porém, a análise dos diferentes fatores que caracterizaram o desenvolvimento dos períodos, tais como os descrevemos numa tentativa de generalização ampla, e o seu confronto com os que agora são introduzidos e postos em operação permitem uma compreensão mais exata de direção do fenômeno de mudança cultural que ocorreu e ocorre na população cabocla da Amazônia.

A religião, como uma parte integral da cultura, sofreu no seu desenvolvimento a influência das mesmas forças que atuaram sobre a cultura em geral, durante cada um dos períodos mencionados. A religião do caboclo de Itá tem que ser vista dessa forma. Durante o primeiro período, o da expansão portuguesa, o catolicismo foi introduzido na área. Os índios, escravizados ou sob a severa disciplina dos missionários, foram proibidos de praticar sua religião tribal. Os padres, contudo,

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