reunião de um grupo de freguesias e sítios, essas irmandades são instituições localizadas, no sentido de que determinados santos, festas e irmandades são peculiares a uma comunidade e independentes de outras comunidades. Com exceção de uns poucos santos de devoção geral, cada comunidade possui o seu calendário de festejos, e os santos são representados por imagens locais e consideradas entidades diferentes daquelas de seus homônimos de outras comunidades. Cada comunidade tende a duplicar as instituições das outras comunidades, sem que exista de fato uma integração dessas instituições dentro de um corpo de Igreja regional ou nacional.
IV. A religião do povo de Itá inclui um grupo de crenças cuja origem é devida ao outro componente da cultura amazônica - o índio. Essas crenças se referem a seres e conceitos que têm a ver diretamente com o ambiente local. Os habitantes de cada comunidade acreditam na existência de criaturas como os Currupiras, os Botos, os Companheiros do Fundo, os Anhangas e outros, que "moram na água ou na mata" das vizinhanças. Em contraste com as atitudes que orientam as relações dos homens com os santos, esses sobrenaturais não recebem culto. São considerados malignos e evitados ou controlados por intermédio de técnicas especiais. O xamanismo, ou pajelança, é na religião contemporânea a instituição mais importante que deriva da contribuição cultural do ameríndio. Embora tenha sido acrescida de elementos como as orações cristãs, o controle dos santos pelos pajés ou a inclusão de santos na categoria de espíritos familiares, passíveis de controle tal como os sobrenaturais da água e da mata, a pajelança permanece um dos elementos indígenas menos modificados.