Santos e viagens: um estudo da vida religiosa de Itá, Amazonas

MESA DOS INOCENTES - Nas festas realizadas no centro urbano de Itá, substitui-se o repasto oferecido pelos juízes, e do qual participam todos os convidados, por uma refeição dedicada aos meninos pobres.

MESTRE-SALA (ou de cerimônias, ou da folia) - Principal responsável e organizador da folia, cujos membros lhe devem obediência estrita. É também o solista e quem "puxa" as quadras.

MONTARIA - Canoa; diferencia-se da ubá que é feita de um único tronco escavado, por ser construída de falcas.

MORDOMO - Responsável pelas despesas de uma das noites da festa. Também chamado "noitário".

NOITÁRIO - Ver MORDOMO.

NOVENA DE PROMESSA - Novena realizada em função de uma promessa, em geral coincide com a época do plantio das roças. Os vizinhos são convidados. Após as rezas, oferece-se café e beijus.

PAJÉ - O mesmo que curador.

PAJÉ-SACACA - Pajé ou curador dotado de poderes extraordinários capaz de viajar pelo fundo dos rios e igarapés. Para essas viagens, o sacaca usa uma casca de boiuna.

PANEMA - Falta de sorte, azar, força mágica que incapacita o indivíduo para a caça ou a pesca, ou o faz adoecer. As mulheres menstruadas ou grávidas, a feitiçaria, a desconfiança entre amigos são fontes de panema.

PARANÃ - Curso d'água.

PAUZINHOS - Dois bastões de madeira utilizados como instrumento de percussão pelas folias.

PAXIÚBA - Palmeira que fornece dos melhores materiais de construção para as barracas do caboclo. A palha serve para cobertura e o tronco lascado, para ripas e assoalho.

PINTO PIROCA - Bicho visagento, descrito à semelhança de um pinto de pescoço pelado, porém de proporções fora do comum.

PROCURADOR - Cargo máximo de direção das irmandades religiosas. Vitalício.

QUADRA DE PUNIÇÃO - Versos de escárnio que são entoados para punir um folião faltoso.

QUINZENA - Período de 15, 20 ou mais dias, determinado pela chegada do motor comercial ao barracão, ocasião em que o seu seringueiro entrega a borracha e faz seu aviamento. O mesmo se observa para os roceiros que periodicamente visitam os barracões dos patrões.

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