aí usado em maior número e muito mais intensamente que em qualquer outra região do Brasil. E isso devido à dependência maior sobre ele do colono, a quem faltava o conhecimento da técnica da exploração dos produtos naturais e da floresta(13) Nota do Autor. O uso de índios "domesticados", "descidos" e "resgatados" era mais econômico e produtivo para a penetração das florestas e a coleta de "drogas", como então eram chamados os produtos naturais, que a dispendiosa importação de escravos africanos, em sua maioria canalizados para as áreas de agricultura intensiva, onde os capitais eram maiores. A organização das expedições de coleta estava subordinada a épocas apropriadas, segundo o produto: cravo, baunilha, ovos de tartaruga etc. Uma pequena tropa de brancos, armados, e centenas de índios "mansos" deixavam periodicamente as vilas e povoados para espalhar-se pela floresta e colher as especiarias. Embora protegidos pelos sucessivos alvarás reais e com direito à paga, os índios, na realidade, serviam como escravos. Os aldeamentos missionários e as vilas coloniais constituíam verdadeiros entrepostos de mão de obra, acessível, barata e superior a do escravo africano importado, por seu inestimável conhecimento da floresta e suas "drogas" e o beneficiamento destas.
Essa economia extrativa, porém, levou a constante dispersão da população devido ao rápido exaurimento das áreas exploradas. Os rios, ontem como hoje, servem de "estradas" para penetrar a floresta e é em suas margens que se vão fixar os escassos povoados. Não é por acaso que as atuais cidades da Amazônia estão situadas nas confluências e encontros de cursos d'água. Dessas condições do meio ambiente, da exploração de