produtos naturais, das técnicas de agricultura que não foram além de tentativas frustradas, resultou uma formação étnica e cultural, de bases bastante diferentes da sociedade aristocrática do litoral ou dos latifúndios dos campos de criação. O atenuado de influências africanas, seja no tipo físico, seja nos padrões culturais do caboclo amazônico, a par da forte influência ameríndia, pode ser explicado por essas diferenças do ambiente físico e das técnicas usadas em sua exploração.
A exploração das antigas drogas foi em parte abandonada, assim a baunilha, o cravo, o cacau, a manteiga de tartaruga, fosse pela extinção do produto, fosse porque transplantado para outros locais e submetido a processos de cultivo intenso tornasse improdutiva a sua coleta em estado nativo. Não mudou, porém, a orientação da economia, dirigida agora a coleta para outros produtos como a borracha e outras variedades de gomas, a castanha e a piaçaba. Manteve-se por isso o mesmo padrão de distribuição de população e as mesmas características de constituição e mobilidade.
Em algumas regiões da Amazônia, especialmente aquelas mais devassadas, como a região do Delta, o processo de assimilação do indígena já se completou. Hoje aí existe apenas uma população cabocla de constituição e cultura já sedimentadas. Os raros grupos indígenas que aí se encontram vivem arredados da sociedade rural, não participam da economia local e geralmente estão sob a tutela de uma instituição federal, o Serviço de Proteção aos Índios. Em outras a amalgamação ainda se processa. É o caso do rio Negro, de onde o especial interesse sociológico porque ilustra uma etapa do processo histórico da formação do povo e da cultura brasileira. Nas margens desse rio, entre os dois polos, do ponto de vista cultural e étnico, a cidade de Manaus e as tribos do Uaupés e Içana, pode-se