barragem na boca dos igarapés. O caboclo deixa as "aldeias" para entrar no mato. Os barracões e os tapiris voltam a ser povoados.
A economia da região depende da exploração de produtos naturais, principalmente a coleta da borracha, da castanha, da piaçaba, do timbó, do corte de madeiras, da pesca e da salga do peixe. A agricultura é uma atividade para subsistência local, praticamente não pesa no mercado de exportação. Essa dependência sobre atividades coletoras determina o padrão demográfico. A maioria da população amazônica está distribuída pelos pequenos povoados e sítios ou "freguesias"(2) Nota do Autor, em geral situados nos pontos de confluência de igarapés e paranás, as estradas naturais que levam para os seringais e castanhais. Cada um desses povoados ou "freguesias" raramente conta com mais de 200 habitantes, que se dispersam durante o fabrico da borracha. Essas freguesias têm um ponto de convergência, o barracão do seringalista, ou o comércio das pequenas cidades, sedes de distritos ou municípios. Aí residem os "patrões", donos ou arrendatários de terras, comerciantes, de quem os caboclos dependem para o "aviamento" de mercadorias, alimentos e instrumentos de trabalho e aos quais vendem o seu produto. O caboclo(3) Nota do Autor não paga foro ou arrendamento, mas é obrigado a entregar toda sua safra de borracha ou de castanha ao patrão que lhe adiantou os meios de trabalho.