entrevistado; é oportuno registrar que vários dos informantes, apesar do nível mental elevado de muitos, tiveram certa dificuldade em formular seus pontos de vista sobre aqueles problemas, o que pode perfeitamente representar uma reação defensiva mas pode também ser a confirmação da afirmativa que faziam de que poucas vezes haviam pensado no assunto. Uma coisa e outra são muito significativas da situação racial baiana. Raros foram, no entanto, os casos em que a espontaneidade das informações parecia prejudicada por certo grau de desconfiança. Somente duas pessoas evitaram ser entrevistadas, um profissional preto, que mais de uma vez mostrou-se muito reservado, e uma funcionária pública mulata clara, que manifestou irritação com o assunto afirmando que este não é importante na Bahia. Para compreensão dos achados feitos através entrevistas, vale a pena esclarecer que estas se fizeram, em geral, sem combinação prévia; várias vezes, porém, avisei com alguns dias de antecedência aos informantes de que estava fazendo um estudo das relações inter-raciais em nossa cidade e que estimaria conhecer as opiniões dos mesmos. Diversas entrevistas foram obtidas em encontros fortuitos, desenvolvendo-se como conversas informais, que nalguns casos foram repetidas expressamente para os fins deste estudo, com o assentimento dos informantes. Algumas pessoas foram apontadas como difíceis de abordar em "matéria tão delicada"; todavia mostraram-se, na maioria, tão acessíveis quanto as demais. Os propósitos do pesquisador foram geralmente muito bem apreendidos