gosto do plantador de cacau. Também estão funcionando, com marcante êxito, na zona do cacau, várias cooperativas, que desempenham a contento o seu papel.
Diariamente informado da oscilação dos preços do produto nos mercados compradores, o exportador ou seus agentes podem fazer muitos negócios com notável margem de lucros. O lavrador, por isso mesmo, olha-o quase sempre com uma certa desconfiança, um receio de, no fim, sair apanhando. Esse receio não é geralmente confessado, mas na verdade existe. Por isso ou por aquilo vê-se, porém, obrigado a cair em suas mãos, porque sabe que ali encontrará o dinheiro certo de que necessita para os trabalhos de limpeza da roça e pagamento aos empregados. Fica preso ao contrato, tem de entregar o produto e assim prossegue o círculo vicioso.
3) O BANQUEIRO
O banqueiro é outro elemento típico da zona do cacau. Haverá poucas regiões em nosso país onde o crédito tenha feito tantos milagres e onde exerça ele tão grande fascínio sobre os habitantes. Na zona do cacau todo mundo sonha por ter crédito. Tomar dinheiro emprestado, dizem, ali, que é já um bom sinal - sinal de que se merece confiança - sendo coisa muito comum dirigir-se alguém a um banco para fazer um negócio. Além disso, parece constitucional na zona o fato de o fazendeiro nada ou quase nada fazer que não seja base de crédito. Também não é uma nem são duas as fortunas que se construíram com essa origem. Apesar de o dinheiro para os trabalhos agrícolas ser emprestado na mesma base de juros que para o comércio, nem por isso os balanços deixam de registrar um enorme movimento. Tudo isso se explica: sendo o cacau altamente remunerativo, é melhor pagar juros que usar o próprio