Zona do cacau: introdução ao estudo geográfico

dinheiro. Há ainda a hipótese de não se ter dinheiro nenhum para atender às necessidades da produção.

O homem que tem crédito para distribuir, o que recebe dinheiro de uns para emprestar a outros, retira com isso todas as consequências da sua posição defronte do verdadeiro hábito (ou necessidade) do homem regional, o hábito (ou necessidade) de tomar dinheiro emprestado. Não admira que entre os cidadãos mais respeitados da zona estejam os banqueiros, cuja influência na própria política regional é irrecusável. Em Ilhéus os chefes dos dois principais partidos são banqueiros e um outro é indicado, em todos os pleitos, como candidato de conciliação. Dessa influência se beneficiam até mesmo os representantes locais de casas bancárias estaduais ou de outros pontos do país.

O banqueiro é figura típica da zona do cacau, porque participa ativamente dos ritmos de sua vida econômica e até mesmo fornece um elemento a mais na apreciação de sua psicologia social. Pode-se dizer que é ele o centro da vida econômica regional. Pierre Monbeig comunga dessa mesma opinião.

4) O TRABALHADOR

Os processos culturais hoje em voga na zona do cacau parecem ser responsáveis pela grande movimentação do braço humano, notando-se épocas de concentração e fases de dispersão. Não havendo trabalhos culturais intensos na época do paradeiro, isto é, na entressafra, os cacauicultores, via de regra, dispensam parte dos seus empregados, necessários ou mesmo indispensáveis na ocasião da colheita. Nessa quadra as fazendas veem acrescida a sua população, na medida de sua produção e das necessidades da apanha. Isso, que dá uma característica

Zona do cacau: introdução ao estudo geográfico - Página 114 - Thumb Visualização
Formato
Texto