I - A ZONA DO CACAU
A porção do território baiano que mais se presta à produção do cacau quase confunde os seus limites com a parte sul do mesmo Estado. Estende-se desde as proximidades do Recôncavo até o extremo sul da Bahia. É representada, no dizer de Josué de Castro, "por uma estreita faixa de terras de solo de decomposição de floresta tropical, compreendida entre os terrenos baixos de sedimentação do litoral e a montanha que, nesta região, se aproxima muito da costa".
S. Fróes de Abreu dá como limites à "monocultura cacaueira" a chamada zona de baixada da floresta sul, sendo a floresta alta, montanhosa, utilizada para outros fins" (Revista Brasileira de Geografia, Ano I, nº 1).
É bom notar que, nos terrenos sedimentares próximos ao litoral, o cacau de modo algum pode medrar, sendo este o domínio do coqueiro e da piaçava, do mesmo modo que as regiões mais altas do sudoeste são pouco próprias à produção do cacau, conforme a observação de Bondar, que nos mostra como em Santa Inês e Areia, "o cacaueiro produz poucas e pequenas frutas, com as amêndoas imperfeitamente desenvolvidas e chatas". É que o cacau, ao contrário do café, não gosta do planalto. O sudoeste é, na Bahia, a região que mais produz o café.
O estudo dos fenômenos naturais, nela ocorrentes, é de grande importância na caracterização da zona cacaueira.