Zona do cacau: introdução ao estudo geográfico

É o cacau uma planta de ecologia muito exigente, somente produzindo economicamente dentro de certas condições de solo, topografia e clima, sendo, sabidamente, mais importante esta última. Daí os limites de sua zona produtora serem dados em consonância com a incidência daqueles fatores naturais por ele requeridos, para que possa viver e florescer com vantagem. Essas condições são presentes nas terras do sul da Bahia, não havendo outra explicação para sua formidável adaptação. Nem todas as terras possíveis de cultura já estão aproveitadas. Assim não fosse e o problema seria muito simples: haveria uma perfeita superposição do mapa da produção ao mapa das condições naturais.

O mapa das áreas produtoras também não satisfaz. Fora daquelas em que a produção é continuada, restam algumas ilhas de produção, ao sul e ao norte, o que complica o problema. Como, então, para fins de estudo ou com objetivos práticos, estabelecer limites a zona cacaueira da Bahia?

A classificação oferecida pelo IBGE, quando define a zona cacaueira, vai ser obedecida por nós, no exame da maioria dos problemas. Mas, comparando-a com a estatística da produção, é irrecusável a existência de certas disparidades.

Alguns municípios de colheita considerável, como Jequié e Boa Nova, não são citados na classificação oficial. Compreende-se: devem ter sido as condições naturais, reinantes na maior parte daqueles municípios, que aconselharam a exclusão. E, pelo contrário, há alguns municípios, oficialmente considerados como da zona cacaueira, mas que produzem muito pouco. O de Cairu, por exemplo, estando neste último caso, nem sequer comparece nas estatísticas do produto. Dele não sai um bago de cacau. Seu caso deve, também, ter uma explicação: as condições naturais são semelhantes as dos outros, considerados da zona cacaueira.

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