Zona do cacau: introdução ao estudo geográfico

Os municípios de Jequié, Ituberá, Nilo Peçanha, Camamu e Maraú têm uma grande porção cuja atividade predominante é a cultura cacaueira. Mas é inegável que constituem uma área periférica, em relação àquela outra.

Em suma, o quadro em que concebemos a zona cacaueira, para fins oficiais, vai muito além da realidade. Outra solução, entretanto, não seria possível. Temos de considerar os municípios como um todo. Isso não impede que a essas conveniências de ordem prática, responda a geografia com a evidência dos fatos.

REGIÃO E ZONA

Pode-se, também, falar da existência, na Bahia, de uma verdadeira região cacaueira, isto é, uma área maior de que faz parte a zona cacaueira, e que a ela está íntima e funcionalmente ligada. É um fenômeno muito comum aos países novos e que aqui se desenvolve sob as nossas vistas: a formação de uma região.

Há poucos lustros atrás, no Sul da Bahia, havia apenas a zona cacaueira. Inicialmente, quando a cultura ainda não amadurecera e as pequenas propriedades que a iniciavam eram policultoras, havia uma certa diferenciação, mas dentro de cada uma delas. Depois, quando a zona se tornou monocultora, os alimentos passaram a ser produzidos fora e comprados a peso de ouro. Abria-se, assim, um vasto mercado - vasto e compensador - tanto mais importante quanto mais se elevava o nível das populações locais. Isso, ao lado da abertura, em grande número, aliás, de estradas, demandando os extremos da zona e pondo-a em contato com áreas de vocação diferente, animou, nas terras vizinhas, o seu aproveitamento, seja para a criação, seja para a policultura.

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