Zona do cacau: introdução ao estudo geográfico

3) A FLORESTA E O SOLO

A floresta junta-se ao cacaueiro na sua tarefa de restituir ao solo boa parte dos princípios orgânicos que dele retira para sua alimentação. As folhas que incessantemente vão caindo ao chão, antes de se decomporem para formação de espessa camada de matéria orgânica, formam um mulch, que evita a rápida evaporação das águas de chuva, permitindo que o solo fique permanentemente ensopado de umidade, o que tanto reclama a árvore do cacau. Por isso não se deve limpar o solo dessas folhas caídas. Elas representam uma garantia de que as chuvas não carregarão da terra os princípios orgânicos: são uma espécie de barreira à ação da erosão. Protegem, juntamente com as raízes das árvores e arbustos, o rico solo móvel, possível, sem essa alternativa, de ser levado pelos rios e desaparecer nas profundezas do mar. Pode dizer-se que o cacaueiro cria o seu solo, ou, pelo menos, que o conserva ou recria.

4) O CACAU E O SOLO

Se se indagar a um lavrador qualquer quais os terrenos propícios à plantação do cacau, ele, embora desconhecendo os princípios da ciência agronômica e as verdadeiras exigências da planta, não deixará sem resposta o seu interlocutor. Dir-lhe-á que são bons os terrenos cobertos de mata ou onde sejam numerosas as pedras que aí estarão como que a protegê-los. A sua resposta, de um empirismo evidente, tem, entretanto, muita razão de ser. A presença da mata é garantia de uma boa camada de terra vegetal, pela devolução de princípios orgânicos através das folhas que caem. As pedras, por outro lado, de certo modo, são um obstáculo à erosão, servindo à fixação do solo. Certas árvores, como o jequitibá, a gameleira e

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