Zona do cacau: introdução ao estudo geográfico

A Rússia, até 1952, vinha ocupando sempre o sexto lugar nas importações mundiais, com um máximo de 20 mil toneladas, naquele ano. Nesse particular, devemos observar como a análise dos dados estatísticos se complica. Muitos países da Europa Oriental, atrás da Cortina de Ferro, como se diz comumente, negociam com o Brasil e com outros produtores, cujas relações diplomáticas e comerciais são cortadas com a Rússia. Compram-nos cacau e o revendem à URSS. O mesmo fazem, também, os Estados Unidos. Dessa forma não é fácil determinar qual a participação verdadeira do país soviético no mercado cacaueiro mundial.

O Canadá, cujo consumo industrial é quase igual produção total brasileira, não nos compra diretamente, mas por intermédio dos Estados Unidos.

Dois fatos contribuem para a permanência dessas operações triangulares, sem dúvida desinteressantes para os países produtores: 1) ausência de relações comerciais com a URSS; 2) a exportação do cacau em bagas possibilitando a sua reexportação pelos países que o industrializam.

Com uma produção insuficiente para influir decisivamente no mercado mundial, o Brasil sujeita-se aos azares comuns aos países produtores de matérias-primas coloniais. A principal dessas fraquezas é a instabilidade nos preços. Estes são ditados pelas bolsas europeias e norte-americanas, devidamente controladas pelas respectivas indústrias, cujas necessidades e interesses refletem. Daí a constante oscilação das cotações e o permanente sobressalto dos produtores.

2) O COMÉRCIO LOCAL

O comércio do cacau é exercido, na Bahia, por quatro categorias de organizações: as casas exportadoras, as indústrias de transformação primária, as cooperativas

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