Sincretismo religioso afro-brasileiro

Gosta também de caruru. Dança com dignidade. "Dança como vovó, como se tivesse um filho nos braços", informa Edison Carneiro. Seu emblema é a chamada "vassoura de Nanã". Nanã é sincretizada em todo o Brasil com Sant'Ana. Contudo, em Pernambuco, Gonçalves Fernandes achou a correspondência com Santa Bárbara, correspondência que no momento não nos foi possível descobrir.(35) Nota do Autor

Parece-nos que nem Artur Ramos, nem Jaques Raimundo, haviam conhecido o trabalho de Frobenius, hoje traduzido para o francês sob o título Mythologie de l'Atlantide, Paris. 1949.

No capítulo "O cortejo dos deuses", Frobenius refere-se ao orixá Buruku extensivamente. Vê-se que a divindade não é iorubana. Falando sobre a sua procedência, a sacerdotisa de Buruku em Ibadan, prestou as seguintes explicações: "O orixá Buruku pertencia a princípio a Porto-Novo, antes de vir para este país. Ele vem do Egum. Não há outro nome senão Buruku". Em Togo, Frobenius conseguiu descobrir a deusa Buruku. Deusa de qualidades procriadoras. Era ela quem se encarregava do nascimento das crianças. Todos os anos, muitas mulheres, em verdadeira peregrinação, iam levar-lhe suas oferendas e pedir que lhes desse posteridade. "As crianças que nascem", escreve Frobenius, "depois das oferendas feitas a Buruku, recebem nomes que encerram as sílabas Nana". Assim, por exemplo: Nana Kénu (Nana cuidou de mim); Nana Toki (reconhecendo a Nana); Nana Toibo (como a mulher queria um filho Buruku lho deu); Nana Sonja (Nana é responsável pelo filho desta mulher); etc.

Pelas informações de Frobenius, baseadas em pesquisas sobre a África durante muitos anos, percebe-se que a divindade Buruku deve ser a mesma que se

Sincretismo religioso afro-brasileiro - Página 192 - Thumb Visualização
Formato
Texto