Sincretismo religioso afro-brasileiro

obra revolucionária de Gilberto Freyre, e pelos trabalhos de Artur Ramos, esse grande e incansável estudioso da Antropologia do Negro no Brasil. E ainda pelos estudos especializados de alguns discípulos de Artur Ramos, dentre os quais é justo salientar Edison Carneiro e Gonçalves Fernandes. E, no campo que nos interessa, particularmente, Gonçalves Fernandes, que nos deu o primeiro trabalho sério sobre Xangôs em Pernambuco e no Nordeste. E aqui não devo esquecer a figura do meu mestre Ulisses Pernambucano. Figura profundamente humana de médico e de professor. Foi ele quem criou uma escola psiquiátrica em Pernambuco e sob cuja orientação se equipou toda uma elite de especialistas, dentre os quais se destacam hoje nomes bastante conhecidos na psiquiatria brasileira, como os de Jarbas Pernambuco, José Carlos Cavalcanti Borjes, José Lucena, Gonçalves Fernandes, René Ribeiro, José Otávio de Freitas Júnior, Abaeté de Medeiros, Di Lascio, Pedro Cavalcanti, Zacarias Maciel, Ladislau Porto, e outros.

Em Pernambuco, foi Ulisses Pernambucano quem primeiro se preocupou com o problema do negro. Particularmente, com o problema das religiões negras, cujo controle científico conseguiu realizar no Serviço de Higiene Mental, sob sua direção. Graças a ele, pôde-se preservar grande parte desse patrimônio folclórico religioso afro-brasileiro, com os seus ritos, as suas danças, a sua música.

Só em começos de 1950, pude iniciar as minhas pesquisas sobre religiões afro-pernambucanas. Começava

Sincretismo religioso afro-brasileiro - Página 67 - Thumb Visualização
Formato
Texto