A obra de Nina Rodrigues, embora tivesse ficado no esquecimento durante cerca de 20 anos, serviu de ponto de partida e de estímulo para os estudos e pesquisas que se fizeram depois. Estímulo tão forte e proveitoso que chegou a despertar extraordinário interesse pelo conhecimento dos problemas ligados à vida do negro escravo no Brasil. Interesse não só da parte de estudiosos brasileiros, mas até de pesquisadores estrangeiros. Interesse que se objetivou pela retomada das pesquisas sobre as sobrevivências africanas na Bahia, e que tinham ficado paradas de 1906 - ano em que morreu o mestre Nina - até 1926.(3) Nota do Autor Interesse que ainda se traduziu em uma série de realizações positivas. A partir desta data Artur Ramos, o grande antropologista do negro no Brasil, continuador incansável da obra de Nina Rodrigues, dá início à publicação de seus trabalhos (1926-1927); Homero Pires tem a iniciativa da reedição de Os Africanos no Brasil (1932); outras obras do mestre surgem, em novas edições, por iniciativa de Artur Ramos e Afrânio Peixoto: O Animismo fetichista dos Negros Baianos (novamente em língua portuguesa) (1935), As raças humanas e a responsabilidade penal no Brasil, O alienado no direito civil brasileiro; criam-se o Serviço de Higiene Mental do Recife e o controle científico das chamadas religiões negras, por iniciativa e sob a direção de Ulisses Pernambucano; realizam-se os Congressos Afro-Brasileiros, do Recife e da Bahia, o primeiro idealizado por Gilberto Freyre (1934), e o segundo animado por Edison Carneiro (1937); em 1938, Artur Ramos reúne e publica os trabalhos