de Manuel Querino, sob o título Costumes Africanos no Brasil. E aqui não poderíamos deixar de fazer referência às preciosas contribuições do sociólogo Gilberto Freyre, em várias de suas obras e artigos de jornal e de revista, mas principalmente em Casa-Grande & Senzala, onde dedica dois grandes capítulos ao escravo negro na vida sexual e de família do brasileiro. Dois magníficos capítulos de análise sociológica. Também merecem menção especial os nomes de Édison Carneiro(4) Nota do Autor e Gonçalves Fernandes,(5) Nota do Autor ambos discípulos da escola de Artur Ramos, o primeiro pelos seus estudos e pesquisas na Bahia, e o segundo principalmente em Pernambuco. Ambos pertencem a esse movimento de interesse pelo conhecimento do negro escravo no Brasil, movimento que Artur Ramos iniciou com o ressurgimento do mestre Nina.
Entretanto, o que não se pode negar é que a maior contribuição para o conhecimento do negro no Brasil, não só nos seus aspectos culturais, mas raciais, coube sem dúvida a Artur Ramos. Basta que citemos algumas de suas obras, nas quais o problema do negro no Brasil é estudado exaustivamente: O Negro Brasileiro (1934); O Folclore Negro do Brasil (1935); A Aculturação Negra no Brasil (1942); e essa formidável Introdução à Antropologia Brasileira, nos seus dois volumes publicados (1943-1947).
"O estudo da transplantação das culturas africanas para o Brasil só pode ser feito à luz dos métodos da aculturação, isto é, do resultado dos contatos culturais", diz-nos Artur Ramos.(6) Nota do Autor De fato, as culturas africanas não podiam se manter intactas no novo ambiente, como, aliás, já contaminadas vinham elas do seu habitat de