Os continuadores de Nina Rodrigues, usando do método por ele adotado, vêm corrigindo as suas falhas, que eram em grande parte devidas à deficiência do aparelhamento científico de seu tempo, estudando e interpretando certos aspectos do problema negro, que não tinham sido ainda tocados, ou reinterpretando outros, tentando completar a sua obra, não só em extensão como em profundidade.
Pena é que o maior dos seus continuadores, o mestre Artur Ramos, a morte o tenha surpreendido tão cedo, quando muito ainda dele se podia esperar no campo da Antropologia Brasileira e particularmente no estudo de alguns aspectos das culturas negras no Brasil, que em seus trabalhos ainda não tinham sido pesquisados ou convenientemente observados e interpretados.
Hoje já está suficientemente demonstrado, não pelo critério das reconstituições históricas - o que é impossível pela falta ou insuficiência da documentação - mas pelo estudo comparativo entre os traços culturais negros sobreviventes no Brasil e os padrões culturais africanos nas suas terras de origem, que o contingente banto foi tão grande quanto o sudanês.
O que não se pode negar é que os negros sudaneses tinham um aparelhamento cultural superior aos bantos. Neste particular, isto é, no que se refere à importância cultural dos sudaneses, as opiniões de Nina Rodrigues têm sido perfeitamente confirmadas. Importância cultural que se refletiu de modo particular na força de difusão religiosa.(21) Nota do Autor Por isto se destacaram os sudaneses em meio às populações negras do Brasil. Dentre os seus grupos, exerceram função cultural proeminente o nagô e o gêge. A sua proeminência revelou-se exuberantemente